Caminho sobremodo excelente

 “Se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1Co 13.3).

Um escritor e comentarista bíblico disse: “Se Paulo não tivesse escrito nada mais, o capítulo 13 da primeira carta aos coríntios bastaria para colocá-lo entre os maiores escritores de toda a história”.

Neste magnifico texto, dirigido oportunamente a uma igreja envolvida em disputas, injustiças, ciúmes e ensoberbecida em suas convicções e desejos carnais, Paulo apresenta um novo modelo, um novo paradigma a ser considerado, que se firmava não em atitudes e ações que caracterizam um viver a partir do outro, mas que se doa a partir da própria riqueza em favor do outro.

Paulo usa a expressão ágape para falar do amor que deveria ser apreendido e praticado. Ágape não era uma expressão comum no contexto em que nasceu o cristianismo. ‘Eros’, o amor desejoso, voltado para o próprio eu é que ocupava proeminência no mundo.

Ágape é o amor que tem sua origem em Deus, e é o próprio Deus: “Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele” (1Jo 4.16).

Ágape é o amor de Cristo que controla o nosso ser: “Pois o amor de Cristo nos constrange” (2Co 5.14); “Logo já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).

Ágape é o amor do Espírito que em nós habita, o selo da nossa fé: “Eu peço, irmãos, pelo nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor que o Espírito dá, que me ajudem, orando com fervor por mim” (Rm 15.30-NTLH).

Ágape não é uma possibilidade humana, nem a maior das virtudes que uma pessoa pode desenvolver. Também não é o que no mundo secular as pessoas entendem por amor, nem mesmo por amor cristão.

Ágape somente pode ser proporcionado em Cristo, por intermédio do agir sobrenatural do Espírito: “porque Deus derramou o seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu” (Rm 5.5). Esta experiência é nova, oposta a velha natureza egocêntrica.

Assim, pois, esse amor é o que importa no ser cristão e na eternidade. Que o Senhor nos ajude a compreender e viver cada dia esta realidade no exercício do nosso viver cristão.

         Pr. Evaldo Bueno Rodrigues