Mesmo não entendendo todas as coisas…
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
Contextos adversos não são tão raros assim. Situações indesejadas, experiências não previstas em nossos planos, algumas vezes curtas, outras demoradas demais, não pedem permissão e, não raras vezes, nos cercam.
Foi assim com o patriarca Jó, o modelo de perseverança, de paciência e de confiança em Deus. Jó viveu bem esse momento: “Pereça o dia em que nasci e a noite que disse: Foi concebido um homem!” (Jó 3.3). Essas e outras expressões de Jó em seu livro mostram um homem em grande luta, alguém contra quem foi deflagrada uma enorme batalha espiritual.
Alguns chegam a afirmar que a teologia de Jó caíra por terra. Deus nem sempre abençoava os justos e castigava o ímpio. Agora os papéis estavam invertidos: um homem bom e temente a Deus estava em grande sofrimento.
Como poderiam seus amigos entender o que acontecia com ele se nem mesmo ele sabia o que estava acontecendo? Contudo, mais tarde, esse mesmo Jó vai declarar seu pleno entendimento da situação. Compreenderia, então, cada agir do seu Deus, revelando-lhe a grandeza da Sua graça, misericórdia e propósitos. Creio que não podemos olhar para o verso de Paulo, acima, sem refletir na experiência do patriarca Jó.
Ele vivenciou cada fragmento das ideias incluídas neste verso. Cada pensamento que levou Paulo a escrever tão grande expressão da verdade foi compreendido por Jó, segundo ele mesmo declararia mais tarde.
Deus é maravilhoso! É soberano! É Senhor de todo poder! Ainda tem tudo em Suas mãos; nada foge ao Seu controle. Por isso, ordena que “todas as coisas cooperem a favor dos Seus filhos, dos que O amam”.
Importante destacar que Paulo não diz: “algumas; ou mesmo: muitas coisas” cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. O verso é claro: “Todas as coisas”.
Coisas grandes e pequenas, boas e aparentemente não boas; importantes ou não, segundo a nossa ótica. Todas elas são instrumentalizadas pelo Espírito Santo para que produzam efeito edificador na vida daqueles que amam a Deus.
Concluo esta reflexão lembrando as palavras de Jesus aos Seus discípulos num momento de grande expectação: “Não fiquem tristes e preocupados. Confiem em Deus e confiem também em mim” (João 14.1).
Os que amam a Deus podem descansar nas Suas promessas e crer que Ele organiza todas as coisas de forma que cooperem a favor dos que O amam.
Pr. Evaldo Bueno Rodrigues