“Paternidade bem sucedida”
“Agora sei que temes ao Senhor.” Gn 22.12
Na experiência do pai Abraão, registrada no capítulo 22 de Gênesis, encontramos uma das mais belas e comoventes passagens do Antigo Testamento. Não se tratou de uma tentação, mas de uma provação para o, já conhecido por Deus, coração do pai da fé: “Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes que eu te mostrarei” (Gn 22.2).
São notórias aqui as expressões de fidelidade e obediência do patriarca ao seu Deus, ainda que a ordem recebida certamente parecia-lhe como que irracional, diante da possibilidade da morte de Isaque e, com isso, por um fim na promessa da aliança.
Sem aparente relutância ou procrastinação, Abraão levantou-se de madrugada para cumprir a duríssima missão. Uma viagem de três dias de Berseba até Moriá, nas proximidades de Jerusalém. Dias que lhe permitiram refletir sobre as ordens que recebera do seu Deus. Uma jornada que lhe parecia interminável, mas que foi cumprida com determinação e submissão, na plena dependência da providência do Senhor.
A missão de pai exige mesmo dependência da providência de Deus e, com certeza, aqui está o segredo do êxito de Abraão. Por duas vezes ele deixa transparecer essa plena confiança na providência divina. No verso 5, aproximando-se do local do sacrifício, ele diz ao servos: “Esperem aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos… e voltaremos para junto de vós”; no verso 8, diz ao filho: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto”.
Abraão experimentou o que é ser um pai totalmente dependente da providência de Deus. Aprendeu que vale a pena obedecer e honrar o Senhor com o seu melhor e, por isso, revelou marcas de uma paternidade segundo o coração de Deus:
Coragem para obedecer – Sem dúvida foram terríveis aqueles dias para Abraão, mas seu coração era encorajado pelo Senhor. Foi uma missão nada fácil, mas aquele pai não se deixa abalar. Dores, perdas, dias de angústia e temor não vão abater aqueles que são encorajados pelo Senhor.
Espírito de sabedoria – A missão de Abraão foi incomum. Mas diante do desafio para lidar com o desconhecido Deus lhe deu prudência, moderação e sensatez. Maturidade espiritual é marca de pais sábios.
Confiança inabalável – As ações e reações de Abraão revelam que ele viu além do sacrifício que teria lugar no monte Moriá. Ele viu o que não se pode ver com olhos naturais. O campo de visão da fé supera a razão.
Filho honrado – Abraão foi presenteado por Deus com um filho honrado, pois Isaque honrou seu pai, obedecendo-o a cada passo. Isaque confiou plenamente no pai. Ele sabia que seu pai caminhava em plena sintonia com Deus.
Queridos pais, caminhar na dependência de Deus sempre vai valer a pena. Podemos ter momentos de apreensão, mas ao final colheremos bênçãos sem medida. Que o Senhor nos ajude nesta preciosa tarefa.
Pr. Evaldo Bueno Rodrigues