Pastoral 491 – Vestidos e revestidos

 “Vestidos e revestidos”

“Tendo o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades” (Mt 19.22).

Não há nada que provoque mais perplexidade em nós do que ver pessoas como este moço que se encontrou com Jesus. Esteve perto do Mestre, falou com Ele, ouviu dEle acerca do Caminho que lhe daria a vida eterna, mas decidiu seguir seus próprios impulsos, movido por um coração movido pelo materialismo e secularismo. Não foi um encontro salvífico, pois o jovem apenas chegou bem perto da verdade, mas desistiu dela.

Este fato, sem dúvida, nos dá uma clara lição acerca do evangelho que o Senhor Jesus anunciou. A Boa Nova de salvação precisa encontrar um coração preparado pelo Espírito Santo, coração resoluto e firme em sua decisão, ainda que obstáculos possam surgir.

A conversão genuína produz mudanças, traz novos alvos e motiva ações cujos resultados visam à glória de Deus. Mas infelizmente nem sempre acontece assim. São milhares os exemplos de vidas que se apresentam vestidas mas não revestidas pelo evangelho. Cristianizadas, mas longe de serem cristãos de fato, discípulos desinteressados das “palavras de vida”; batizados e integrados numa igreja local, mas não comprometidos com o organismo vivo que é a igreja de Jesus.

A cada semana novas pesquisas indicam o crescimento espantoso dos evangélicos no Brasil. A exposição bíblica nunca antes foi tão anunciada como em nossos dias. Programações televisivas por todos os lados, templos sendo construídos e salões de culto sendo alugados a todo instante, em todos os lugares, inclusive um ao lado do outro.

Porém, tão claro quanto o expressivo crescimento numérico dos evangélicos no Brasil é o distanciamento que se vê dos ensinos que Jesus nos deixou. Vivemos um período extremamente permissivo, onde é proibido proibir, pois o foco é atender aos interesses do grande público que está chegando. A proposta é exigir pouco e deixar que as mudanças venham com o passar do tempo, quando o “espírito” assim orientar.

 O resultado, porém, é que, quanto mais cresce esse grupo, menos os evangélicos mudam a história da nossa nação, bem ao contrário do que deveria acontecer, segundo a proposta do evangelho bíblico. A continuar assim, o cristianismo não terá mais influência na vida das pessoas.

O evangelho que Jesus anunciou é aquele que leva o pecador às lágrimas por causa do pecado. O evangelho que visa à salvação da alma. O evangelho que liberta das garras de Satanás. O evangelho que visa à glória de Deus e não a de homens. O evangelho que leva pessoas à condição de “filhos” e não de “sócios de Deus”. O evangelho que ensina submissão à soberania de Deus.

O evangelho de Jesus não tem de agradar pessoas ou comovê-las. Não tem de atender interesses e nem satisfazer classes sociais. O evangelho tem que mudar radicalmente o pecador!

Pr. Evaldo Bueno Rodrigues

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