Desilusão tem cura
“Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Disseram-lhe os outros: Também nós vamos contigo” (Jo 21.3).
A maior de todas as catástrofes que o cristão pode experimentar é pensar que pode viver desconectado de Deus. Algo como uma volta à velha vida depois de ter sido alcançado pelas boas novas do evangelho. Creio que esse era o caminho que Pedro e os demais discípulos de Jesus estavam se propondo a seguir, conforme declara o verso acima.
Bom nos lembrarmos que Pedro era um discípulo que se destacava pela sua liderança, seu jeito proeminente de ser, sua autoconfiança e, sem dúvida, por seu amor declarado e evidenciado por Jesus em inúmeras ocasiões, até acontecer o tropeço, conforme lemos em Mateus 26.74-75: “Então começou ele (Pedro) a praguejar e a jurar: Não conheço este homem! E então cantou o galo. E se lembrou Pedro da palavra que Jesus lhe dissera. E, saindo dali, chorou amargamente”.
Porém um novo cenário se descortina, não obstante permanecerem as marcas da negação de Pedro e a clara indicação de que estavam os discípulos dispostos a retomar suas atividades na pesca. Jesus intervém para resgatar aqueles náufragos da fé e reconduzi-los ao lugar de onde jamais deveriam ter saído.
Temos aqui a intervenção do “mas Deus”, conforme encontramos inúmeras vezes nas Escrituras. Deus vai sempre aparecer mudando o cenário, interferindo na história de homens e mulheres, crentes confessos, mas desiludidos como Pedro e seus companheiros. E, mesmo para esses que se aventuram a dar alguns passos no caminho que indica o retrocesso, Deus vai restaurar a fé e lavar as manchas do pecado. Deus continua sendo Deus mesmo daqueles que perderam de vista as esperanças do céu.
Finalmente, nos versos 15 a 17 do capítulo 21 de João, Jesus vai revelar o propósito daquele encontro. A cerimônia da restauração tem início com a pergunta de Jesus a Pedro: “Tu me amas mais do que estes outros”? E por três vezes segue-se a interrogativa até que Pedro percebe a estratégia de Jesus e curva-se em definitivo e inteiramente ao Mestre Amado.
Desilusão tem cura! Pedro recuperou seu prestígio, sua autoridade e a comunhão com Deus. Um bom exemplo de caminho a ser seguido.
Pr. Evaldo Bueno Rodrigues