Restauração, quem não precisa?
“Como o vaso, que o oleiro fazia de barro, se lhe estragou na mão,
tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu” (Jr 18.4).
Dentre os temas tratados na Bíblia, a doutrina da restauração me fascina. Basta olharmos a história da redenção para vermos o tamanho do poder restaurador do nosso Deus. Não importam em quantos pedaços os vasos se estilhaçaram, não importa a vermelhidão dos pecados cometidos, não importa o quão distante o pecador foi em seus descaminhos, o poder restaurador do Senhor é capaz de apagar pecados, fazer novo o velho homem e restaurar o que se havia quebrado.
A história do povo de Deus é rica em exemplos desse agir sobrenatural do Senhor. De modo surpreendente, grandes homens, que fizeram e fazem parte da história mas caíram, tropeçaram terrivelmente, lamentavelmente, indesculpavelmente, não escaparam da queda; porém, ocupam posição de destaque na galeria da fé porque foram restaurados.
Restaurar é reconstruir, colocar na forma ou na ordem original, fazer melhor. Restaurar é a especialidade de Deus. Suas promessas são de restauração de todas as coisas porque elas deixaram seu estado original, a sua ordem, a sua beleza, a sua pureza.
Quando o tema é restauração, impossível não nos lembrarmos de Davi: “Tem misericórdia de mim, ó Deus…, apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha iniquidade e purifica-me do meu pecado” (Sl 51.1-2).
Depois de sua queda moral e espiritual, arrependido, convicto da sua culpa, ansiando o perdão, ele confessa pecados e clama pela restauração, apela para a misericórdia e alcança o favor de Deus. A alegria da salvação lhe é restaurada, um novo homem renasce. A restauração traz de novo a razão de viver, e o faz de maneira plena e abundante: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10). A restauração devolve a nossa intimidade com Deus e com Seu Filho Jesus. A restauração faz novo o que o pecado quebrou, põe em ordem aquelas coisas que os desejos da nossa carne haviam estragado.
Restaurar vidas motivou todo plano da redenção. Jesus não só é o restaurador de Israel, mas de “todos quantos O recebem e por isso, passam a ser filhos de Deus” (Jo 1.12).
Restaurar vidas está no centro da vontade de Jesus, conforme vemos em Seu agir espontâneo e natural para com aqueles que necessitam da restauração: “E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se. Vendo-a Jesus, chamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade” (Lc.13.11-12).
Restaurar vidas sempre foi e continua sendo a atividade prioritária de Jesus. Seus encontros culminavam em vidas restauradas e essa ainda é a Sua especialidade. Ainda que alguns nem mesmo estejam pensando na sua própria restauração, Jesus está. Só Ele pode; só Ele tem o poder de restaurar; Ele é o Oleiro por excelência e tudo que Suas mãos tocam se faz novo.
Pr. Evaldo Bueno Rodrigues